segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O CASUAL AZUL


me recordo ainda na infância, as costas largas de eu pai, as gotas pesadas de chuva encharcando seus passos largos... era o adeus.
minha mãe perdida em meio a suas lembranças se agarrava a camisa desbotada, molhada de toda a crueza.
eu jurei que não faria poemas de amor. eu prometi que eu não me deixaria enganar por esses sentimentos.
mas em algum lugar de meu obscuro coração, acreditei nas promessas daquele dia infinito e azul.
voce devia ser a minha unica excessao.
quão amargo foi perceber que essa chuva de realidade que cae, e anteportal, e os erros de estações passadas ainda nublam esses dias azuis.
e agora, eu me apego a esse limite de felicidade que me proporcionou, me oferecem uma confortável segurança,numa estradas sem palavras, sem promessas,só a incerteza de meus pes vacilantes rumo ao nada. e o que restou foi uma canção..
mas você não me entende ,e acabo me perdendo nessas malditas recordações. e elas me seguiram, por toda vida... elas me seguiram.
não me lembro de muita coisa a respeito de meu pai, apenas os passos apressados e as palavras ásperas jogadas ao vento e as agua cadente do céu.
e eu.. repito seu erro, eu acreditei.
Em suas palavras e agora a camisa desbotada se encharca de suposições.
me sinto confortável. em toda essa dor. eu me sinto confortavelmente familiar, se tem que ir, que vá.meu coração deixe por favor, vou copiosamente repetir o ritual de minha infância.